quarta-feira, 25 de julho de 2012

PARABÉNS ESCRITOR! HOJE É SEU DIA.


A um jovem por Carlos Drummond de Andrade

Prezado Alípio:

Ontem à noite, ao sair você de nosso apartamento, aonde veio em busca de sabedoria grega e só encontrou um conhaque e um gato por nome Crispim, assentei de reduzir a escrito o que lhe dissera. Aula de ceticismo?Não. Ele se aprende sozinho. A única coisa que se pode remotamente concluir do que conversamos é: não vale a pena praticar a literatura, se ela contribui para agravar a falta de caridade que trazemos do berço.

Por isso, e porque não adiantaria, não lhe dou conselhos. Dou-lhe anticonselhos, meu filho. E se o chamo de filho perdoe: é balda de gente madura. Pouco resta fazer quando não nascemos para os negócios nem para a política nem para o mister guerreiro. Nosso negócio é a contemplação da nuvem. Que pelo menos ele não nos torne demasiado antipáticos aos olhos de coletâneos absorvidos, Alípio, e saiba que eu o estimo:



I- Só escreva quando de todo não puder deixar de fazê-lo. E sempre se pode deixar.



II- Ao escrever, não pense que vai arrombar as portas do mistério do mundo.Não arrombará nada.Os melhores escritores conseguem apenas reforça-lo, e não exija de si tamanha proeza.



III- Se ficar indeciso entre dois adjetivos, jogue fora ambos, e use o substantivo.



IV- Não acredite em originalidade, é claro. Mas não vá acreditar tampouco na banalidade, que é a originalidade de todo mundo.



V- Leia muito e esqueça o mais que puder.



VI- Anote as idéias que lhe vierem na rua, para evitar desenvolve-las. O acaso é mau conselheiro.



VII- Não fique baboso se lhe disserem que seu novo livro é melhor do que o anterior. Quer dizer que o anterior não era bom.



VIII- Mas se disserem que seu novo livro é pior do que o anterior, pode ser que falem verdade.



IX- Não responda a ataques de que não tem categoria literária:seria pregar rabo em nambu.E se o atacante tiver categoria, não ataca,pois tem mais o que fazer.



X- Acha que sua infância foi maravilhosa e merece ser lembrada a todo momento em seus escritos?Seus companheiros de infância ai estão, e têm opinião diversa.



XI- Não cumprimente com humildade o escritor glorioso, nem o escritor obscuro com a soberba. Às vezes nenhum deles vale nada, e na dúvida o melhor é ser atencioso para com o próximo,ainda que se trate de um escritor.



XII- O porteiro do seu edifício provavelmente ignora a existência, no imóvel de um escritor excepcional. Não julgue por isso que todos os assalariados modestos sejam insensíveis à literatura, nem que haja escritores excepcionais em todos os andares.



XIII- Não tire copias de suas cartas,pensando no futuro.O fogo, a umidade e as traças podem inutilizar sua cautela.

XIV. Procure fazer com que o seu talento não melindre o de seus companheiros. Todos têm direito à presunção de genialidade exclusiva.



XV. Faça fichas de leitura. As papelarias apreciam esse hábito. As fichas absorverão o seu excesso de vitalidade e não usadas, são inofensivas.



XVI. Se sentir propensão para o gang literário, instale-se no seio de sua geração e ataque.Não há policia para esse gênero de atividade. O castigo são os companheiros e depois o tédio.



XVII. Não se julgue mais honesto que seu amigo porque soube identificar um elogio falso, e ele não. Talvez você seja apenas mais duro de coração.



XVIII. Evite disputar prêmios literários. O pior que pode acontecer é você ganhá-los, conferidos por juízes que seu senso critico jamais premiaria.



XIX. Sua vaidade assume formas tão sutis que chega a confundir-se com modéstia. Faça um teste: proceda conscientemente como vaidoso, e verá como se sente à vontade.



XX. Seja mais tolerante com o cabotismo de seu amigo ;que sempre esconde uma deficiência, e só impressiona outros cabotinos.



XXI. Antes de reproduzir na orelha de seu livro a opinião do confrade, pense, primeiro que ele não autorizou a divulgação; segundo que a opinião pode ser mera cortesia;terceiro, que você não admira tanto assim o confrade.



XXII. Quanto ao seu próprio cabotismo, ele esfriará se você observar que na hipótese mais cristã, é objeto de tolerância alheia.



XXIII. Procure ser justo com os outros; se for muito difícil, bondos; na pior eventualidade, omisso.



XXIV. Opinião duradoura é a que se mantém válida por 3 meses. Não exija mais coerência dos outros nem se sinta obrigado intelectualmente a tanto.



XXV. Procure não mentir, a não ser nos caos indicados de polidez ou pela misericórdia. È arte que exige grande refinamento, e você será apanhado daqui a 10 anos, se ficar famoso e se não ficar, não terá valido a pena.



XXVI. Deixe-se fotografar à vontade, sem chamar os fotógrafos; não recuse autógrafos mas não se mortifique se não os pedirem. Homero não deixou cartas nem retratos, Baudelaire deixou uns e outros. O essencial se passa com outros pápeis.



XXVII. Você tem um diário para explicar-se: é assim tão emaranhado? Para justificar-se no futuro:julga-se tão extraordinário?



XXVIII. Trate as corporações com cortesia, pois o mais provável é não ingressar nunca.



XXIX. Aplique-se a não sofrer com o êxito do seu companheiro, admitindo embora que ele sofra com o de você. Por egoísmo, poupe-se qualquer espécie de sofrimento.



XXX. Boa composição moral é a do orgulho e humildade; esta nos absolve de nossas fraquezas, aquele nos impede de cair em outras. Quanto aos santos-escritores é de supor que foram cononizados apesar da condição literária.



XXXI. Seja discreto. È tão mais cômodo!


Além do Deserto e o Desafio da Autopublicação - Érica Bombardi



Além do Deserto (Fatum, # 1) de Érica Bombardi

O mundo de Fatum é iluminado por dois sóis, mas a luz que o aquece durante o dia não espanta as sombras que se arrastam no crepúsculo. As sombras cortam a noite com seus urros de destruição e terror. Nada parece deter sua fúria que afoga o planeta em desertos.

        

O chanceler Tami, nobre da última grande fortaleza, procura o rei fada, sábio que lhe dará a resposta à sua pergunta, a única que importa, como deter as sombras, como restaurar a vida. Mas o destino tem seus caprichos e escolheu se revelar somente a uma pessoa, Thera. E aí há um problema, Thera não se importa com as sombras, ou Fatum, e mesmo assim será arrastada em uma caravana formada pelo jovem Mikail, o felino Oberon, o menino fada Lumi e o velho fada Nadar. Juntos, eles traçarão seus passos em busca de um destino muito maior que o deserto.



Sobre Erica Bombardi

Estudou na USP, no curso de Editoração. Trabalhou na área dentro de editora por mais de 10 anos.

Publicou seu primeiro livro, Além do Deserto, uma aventura de fantasia para jovens, com apoio do Proac. O livro foi produzido inteiramente pela autora, com freelas da super revisora Aline e das ilustrações de capa lindíssimas de Vitor.

Tem projeto de continuar o Além do Deserto, na série Fatum, como livros independentes um do outro, mas com a mesma ambientação no planeta Fatum.

Possuí rascunhos diversos, de vários gêneros e temas. Pretende ir adiante: cortar, rabiscar, amassar, queimar etc.

Escrever nunca esteve em seus planos. É uma novidade que acolhe com muita alegria.



Desafios da Autopublicação

O que estou aprendendo ao me autopublicar (Érica Bombardi)

Vamos imaginar que você esteja planejando lançar um livro de forma independente. Todos estão comentando sobre isso, não? De como é fácil, rápido, lindo. Bem, eu fiz isso e posso dizer que não é tudo de bom, nem de ruim.

Desde meu tempo de faculdade, escuto que a autopublicação é um tiro no pé. Publicar não é difícil, mas sim colocar o livro no mercado. Isso sempre foi verdade, mesmo agora, em nossa época de contatos internéticos. É mais fácil do que antes o era, divulgar sua obra e colocá-la à venda em livrarias, mas não é bolinho, não. Já escutou aquela piada infame sobre como um editor se suicida? Ele pula de cima de seu estoque. Bem, com a autopublicação é o mesmo risco.

Ponto positivo

• Se você não sabe produzir livros, contrate alguém que saiba. Pode não acreditar, mas faz diferença. Um livro bem produzido tem nele trabalho profissional aplicado. No meu caso, eu sempre trabalhei com produção de livros, então realizei a maioria das etapas sozinha, mas, mesmo assim, contratei o serviço de uma ótima preparadora de original e de um ilustrador para a capa do livro. Eu mesma diagramei o livro no InDesign, fiz as leituras, a revisão de provas, composição de capa, textos de capa etc. O legal de você mesmo fazer é que pode escolher exatamente o que quer (isso raramente ou nunca aconteceria se você colocasse o livro em uma editora).

• E-book: o processo para fechar um livro como Epub ou Mobi é bem simples para quem conhece o trabalho. Se você nunca diagramou um livro, contrate alguém que saiba. Fechar um arquivo nesses formatos depende de um arquivo que tenha passado por uma boa diagramação e conhecimento em depurar e corrigir erros em ebook. Eu usei o livro da coleção Ebooks da Bytes e Types e já me bastou.

• Caso você tenha apoio para publicação, tem o diferencial da tranquilidade na publicação e comercialização. Se você não tem pressa para vender, pelo fato de sua tiragem já estar paga, você pode pensar nas melhores formas de colocar sua obra no mercado. Tente obter apoio para publicação. Veja editais do governo e programas de apoio de empresas e centros culturais.

• Você tem a chance de planejar o que fará com sua tiragem. Como o escritor e sua produção ainda são quase desconhecidos pelo mercado, o escritor pode dedicar parte de seus exemplares para divulgação em escolas, bibliotecas, blogues de resenhadores, centros de leitura, mídia etc. Assim, sua obra passa a circular e conquistar novos leitores. Eu, sendo totalmente desconhecida como escritora, enviei meu livro para resenhadores na internet (a maioria deles faz resenha também no youtube), pessoal da mídia, bibliotecas, além de parentes e amigos. Meu foco é o de circular a obra. Como o livro teve apoio do PROAC, 20% da tiragem é doada pela Secretaria de Estado da Cultura para o Programa São Paulo: Um Estado de Leitores. A doação de parte da tiragem não influencia negativamente sobre as vendas.

• Se você não tem muita grana, pode investir em uma produção on-demand. Já tem muita gráfica oferecendo esse serviço. Tenha o livro em papel.

• Sobre divulgação, eu não consegui investir muito. Você pode anunciar em revistas (super caro), em boletins on-line (caro), na TV (impossível), em metrô e ônibus (possível) e na internet (como booktrailer, no facebook, no google etc.). Não é apenas uma questão de desembolsar grana, mas, principalmente, de identificar onde está seu público. E isso é bem difícil. Às vezes, mesmo sabendo onde esse povo mítico está, e investindo pesado (como é o caso de editoras), você não obtém retorno significativo. No meu caso, quando editora, já vi um investimento que não teve um bom resultado. E no meu caso como escritora e editora indie, aproveitei os recursos que tinha em mãos: fazer blogue com material sobre o livro (inclusive planejamento de leitura para ser usado em sala de aula), página no facebook para compra do livro, twitter, ter um canal no youtube, mailing pessoal para envio de e-mail e um booktrailer. O meu maior investimento foi o booktrailer (http://www.youtube.com/watch?v=byOVx6uLhFc , produção da Animar Estúdio e narração de Arthur) e já percebi que foi ele que mais conseguiu chamar a atenção do pessoal.

• Ainda sobre divulgação, não imagine que, colocando seu livro em uma editora tradicional (que não cobra pela produção) ou em uma editora que cobra, você terá uma divulgação grande. Não terá. A editora te oferece um lançamento como cortesia e o diferencial é que seu livro fica no catálogo dela. Mas, até aí, colocar o livro no mercado é um trabalho árduo que nem toda editora realiza dedicando a mesma atenção a todos os títulos de seu catálogo.

• Você vai conhecer muita gente legal, que te dá uma chance, lê o que você escreve e te incentiva a progredir e caminhar. Faça novas amizades e converse, troque experiências. O mercado editorial não é fácil e não te dá dicas.

Ponto negativo

• Caso você não tenha apoio para publicação, você terá de pagar por todo processo, o que é bem custoso. A produção e impressão de uma tiragem de 1500 exemplares, por exemplo, dificilmente sai por menos de 10 mil reais. É muita grana.

• Se você optar pela impressão on-demand, você não circula sua obra pelo mercado. Ou seja, só pede teu livro quem te conhece. E quem te conhece? Aqui, a melhor opção é se ter em casa uma tiragem mínima, uns 300 exemplares.

• A colocação em livrarias é bem difícil, mas não impossível. Basta você procurar o site da livraria e telefonar. Fale com o responsável pelo setor de compras. Normalmente, a livraria fornece uma nota fiscal ou ela pede para que você o faça. Você tem Nota Fiscal de circulação de produtos ao se cadastrar na Secretaria da Fazenda de sua cidade (pode ser MEI) ou pode fornecer Nota Fiscal Avulsa. A dificuldade que pode haver é que a maioria das livrarias quer Nota Fiscal Eletrônica e o processo todo é bem moroso.

• A colocação em distribuidores é quase impossível. Todos com os quais conversei até o momento só aceitam representar editoras com catálogo sólido. A colocação de um livro em um distribuidor é bem importante, uma vez que eles levam o livro até vários postos comerciais de um estado e, até mesmo, podem entrar em licitações de compra de governo. As compras de governo são o sonho das editoras e escritores.

• O mercado para ebooks atualmente é muito pequeno. Mesmo que você feche seu livro em Epub e Mobi, terá pouca ou nenhuma venda. O livro em papel é ainda bem mais consumido e lido.

• Você vai conhecer muita gente legal, mas muita gente que verá em você uma chance de aparecer. Cuidado. Uma coisa é resenharem Clarice Lispector, e outra é você. Além de você ainda ser verde como escritor (como é meu caso), você pode ser mais duramente criticado pelo simples prazer que outros têm em fazê-lo. Mas não despreze nenhuma crítica, todas são bem-vindas. Um escritor cresce sendo humilde e persistente.

• Tem tanta Feira e Festa do livro, bate-papos, é fácil participar. Mentira. Não pense que você vai vender na Bienal ou na Flip. Não vai. Para cada evento, você terá de encontrar um livreiro que aceite levar seu livro para ser vendido. Não é impossível, mas demanda tempo e paciência.

Chegando a algumas conclusões

• É sempre melhor tentar colocar sua obra em uma editora tradicional. Uma editora que não cobre pela produção e te dê 10% de sua venda. Assim, você, escritor, pode fazer o que gosta (escrever) e não lidar com burocracias comerciais e financeiras. Se uma editora assim aceitar publicar sua obra, comemore e vá fundo.

• Você deve pesar muito bem a opção de colocar sua obra em uma editora que cobre pela produção. Se você sabe diferenciar um trabalho bem feito, não tenha medo. Mas tenha em mente que você irá pagar duas vezes, uma vez ao cobrir todos os custos e depois ao receber apenas 10% (ou menos) do que a editora vender. A tiragem, apesar de paga por você, não é sua. Avalie o catálogo da editora e pesquise se os livros dela estão bem colocados em livrarias e distribuidores. Encontre os escritores que já publicaram nela – é fácil achar qualquer um no facebook, Orkut, twitter, skoob etc. – e converse com eles, pergunte se gostaram, como foi. Há boas editoras sob demanda, procure.

• É essencial buscar informação sempre. Informação sobre livrarias, tecnologia, propaganda, escritores de sua área, feiras e eventos, enfim, sobre tudo.

• Uma amiga me disse que todos somos vendedores. O escritor precisa exercitar seu lado vendedor? Não sei. Ainda sou reticente sobre isso. Tenho a romântica ideia de que o escritor tem é de escrever. Mas e daí? Vai viver do que? Da boa-vontade do Estado, de mecenas, ou contando com a sorte? É, um escritor não vai viver do que escreve. Raros são os casos em que tudo dá certo. Então tenha sua profissão ganha-pão e escreva no tempo que você fizer sobrar.

• Propaganda é a alma do negócio. Costumo dizer que negócio não tem alma, mas, enfim, a propaganda é o diferencial. São muitos textos na internet, nas livrarias, nas bibliotecas e nós não somos um país com tradição de leitura. Quem se destaca, vende. Mas, escritores que já estão há muito nessa lida me disseram que o que conta é a propaganda boca a boca e a sorte. Bem, boa sorte a todos nós, então.

Vários amigos me disseram que o ideal é que os escritores fossem mais unidos, trocassem experiências e propiciassem um meio em que houvesse circulação de notícias e informações. Eu acho isso bem difícil e, na real, não sei como fazer, mas tenho algumas sugestões:



·         Monte sua editora com amigos escritores. Exemplos de sucesso são a Não Editora, a Tarja, a Edith. Mas para dar certo é imprescindível a atuação obsessiva de todos. Além de dinheiro, óbvio. Por baixo, uma empresa recém-aberta tem o custo de uns mil e quinhentos só por estar aberta. Some a isso todos os outros custos de serviços e produtos.


·         Se você é escritor e tem um blogue de resenhas, passe a resenhar escritores nacionais conhecidos ou não. É o início de circulação de informação e valorização de nossos artistas.


·         Crie diálogo constante com outros escritores. Escritores têm de se unir mais. Não ter medo de conversar.
o Compartilhe o que aprendeu, seus erros e acertos.

Saudações literárias, Érica Bombardi




AQUELA BOA IDÉIA NÃO VAI PARA O PAPEL? PERGUNTE. INSTIGUE A CURIOSIDADE E DÊ VIDA ÀS SUAS ESTÓRIAS!


Exercícios Simples para Escrita Criativa e Projeto de Literário

Turbine seu Processo Criativo de Escrita
Quando esse processo se tronar comum, virará um hábito. Já pensará em seus textos com um método. Vai se tornar uma mania. Está preparado para terminar todos textos? Afinal, é isso o que você quer!

Aguce a sua curiosidade para ter mais ideias quando escrever seus textos.

Mesmo que as ideias para textos estejam por todos os lados, pulando em nós, às vezes ficamos meio perdidos, sem saber o que fazer.

Pesquisamos assuntos, temas, enredos, plots, personagens marcantes, juntando tudo numa estória descrita numa escrita única, que tenha a nossa marca.

E quando essas pesquisas não produzem o resultado desejado?

Instigando a curiosidade da maneira correta as ideias podem continuar numa torrente? Como fazer isso da maneira correta, para que o fluxo de ideias seja aproveitado? Principalmente num texto apresentável.

Boas ideias para escrever podem vir de simples perguntas. Por incrível que pareça grandes ideias e textos surgem de perguntas simples. Quem? O quê? Onde? Quando? Por quê? Como?

Usar essas simples, mas, importantes perguntas para instigar sua curiosidade, criará, quase que automaticamente, respostas. É como um jogo de ping-pong, resposta e pergunta. Será levado a novas ideias e textos, simplesmente respondendo a questões simples, que instigam a curiosidade, revelando grandes estórias.

Curiosidade é uma Arma que Salva o Escritor
Olhamos o mundo ao nosso redor, cheio de espanto e maravilhas, certo? Então, nos perguntamos, “Por quê?”. Todo escritor é curioso por natureza.

Quem são essas pessoas? O que estão fazendo aqui? Para onde vão? Por que fazem as coisas que fazem? Como vão atingir os seus objetivos?

Você se lembra como era curioso na infância? Tudo o que você encontrava gerava uma série de perguntas. Tentava aprender e compreender o mundo ao seu redor. Debruçava-se em livros, enciclopédias e vivia perguntando a qualquer adulto que sentisse que sabia alguma coisa, “Por quê?”.

Traga esse sentimento de volta. Essa curiosidade que toda criança tem em imaginar respostas e descobrir, e você não vai mais precisar procurar muito para ter suas ideias inspiradas.

Perguntas e Ideias para Escrever
Estimular a curiosidade gera uma fonte de ideias. Não importa qual seu estilo de escrita ou qual gênero preferido.  Ao introduzir essas intrigantes e instigantes questões, você vai, com certeza pedir um refresco. Por quê? Você vai se sobrecarregar de inspiração!

Trouxe umas perguntas para você. Intrigantes e instigantes, vão criar muitas ideias de escrita. Assim espero! Misturá-las, mudá-las e chegar a sua própria, acontecerá com o tempo e necessidade. Divirta-se. Escreva!

1)Quem?
·         Sobre quem e o que é essa estória?
·         Quem é “o personagem principal”? (Quais características o tornam forte e especial?) Quem é seu inimigo?
·         Quem inspiraria um poema que se adequaria ao personagem?
·         Quem é o personagem?
·         Quem ou o que merece os cuidados e atenção do personagem?

2)O quê?
·         O que esse personagem tem como objetivo/sonho/plano (Amoroso, material, profissional, sentimental, pessoal, espiritual.)?
·         O que um poema/música pode dizer sobre a estória? (Isso mesmo escreva um poema/música.)
·         O que pode ser agregado nesse projeto? (Assunto, tema, ideia, conceito, debate).
·         O que motiva as pessoas a tomarem medidas drásticas?
·         O que aconteceria se...

3)Onde?
·         Onde posso sentir o poema/música criado ou relacionado para a estória: cabeça, coração ou mãos?
·         Onde tudo começou? (Pode remontar até mesmo antes dos personagens se relacionarem com a estória.)
·         Onde os personagens acabam?
·         Onde a estória aconteceu? (Cenário, locais, construções, espaços abertos, etc.).
·         Onde os personagens gostariam de estar e chegar? (Se, “Chegassem lá.”).

4)Quando?
·         Quando o personagem deixa de ser criança e se torna adulto? (Desconhecimento para esperteza; ingenuidade para compreensão; fim da ingenuidade.).
·         Quando as coisas mudaram para o personagem?
·         Quando a estória aconteceu? (Sobre o espírito da época, relacionando com outros acontecimentos, cotidiano, política, economia, cultura, etc.).
·         Quando essa estória deve terminar?

5)Por quê?
·         Por que essa estória deve ser contada? (Singularidade e abordagem única de assuntos ou elementos.)
·         Por que o antagonista se opõe ao protagonista (O vilão é mal por quê?)
·         Por que o mundo é assim?
·         Por que o personagem age, pensa e sente dessa forma?
·         Por que assumir grandes riscos?

6)Como?
·         Como o personagem se sai nos desafios enfrentados na estória?
·         Como as pessoas se sentem sobre a estória?
·         Como os personagens se conhecem/conheceram?
·         Como o protagonista ou demais personagens alcançaram sua(s) metas?
·         Como seus personagens descrevem coisas além do que o conhecimento estabelecido?  (Sobrenatural, transcendental, especial, etc.).

Continue se Perguntando
Mantenha a curiosidade ardendo e se perguntando o tempo inteiro.  Descobrirá que o seu caminho da escrita será aberto com respostas. Assim você descobrirá novas ideias e textos nessa jornada de escrita. É divertido e um estilo de vida.

Use as perguntas como um exercício de escrita criativa. Podem ser usadas como temas específicos dentro do processo criativo de escrita. Qual parte o se projeto está? Coloque as perguntas e comece a escrever. Outra dica legal é colocar as perguntas em cartões em um bloquinho de notas, marcar as perguntas que estão sendo respondidas de acordo com a fase que seu texto se encontra. A textura do papel ainda tem o seu charme! Escolha uma pergunta ou uma bateria de perguntas por página.

Conforme você for trabalhando em seus projetos perceberá que as perguntas são muito eficazes para vencer bloqueios, descobrir novas ideias e avançar pelo texto. Não sabe como mover uma trama para frente? Comece fazendo perguntas. Não sabe como fazer um personagem crível? Faça perguntas. Quer escrever um texto que diverte e faz pensar? Comece a perguntar até chegar onde quer.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

QUERO SER PUBLICADO: Quando Philip K. Dick se tornou escritor?


"A ferramenta básica para a manipulação da realidade é a manipulação das palavras. Se você puder controlar significado das palavras, você pode controlar as pessoas que têm que usar as palavras." — Philip K. Dick



Dando uma lida na vida de Philip K. Dick, refleti um pouco sobre a aventura que um escritor iniciante enfrenta para se publicado, conhecido, lido e reconhecido. Não é fácil.


O que faz com que uma pessoa possa se apresentar como escritor? Como começar nesse meio tão insólito.


Nesse post dê uma olhada na vida do mestre Philip K. Dick. Também tem as dicas que posso dar sobre a primeira publicação, talvez já as tenha ouvido. Como sempre, comente, discorde ou traga novas ideias.

Procure os seus pares. A internet, com as comunidades, não deixa que ninguém fique isolado. Interaja. Comente. Leia e seja lido. Você já sabe o que escreve? Procure seu nicho. A própria net é a primeira vitrine dos seus textos.

Editora por demanda. Mas, certifique-se que o seu livro está diagramado, revisado e editado. Muitas dessas editoras não vão fundo nessas áreas. Muitas publicam o seu livro em formato digital, fazendo a impressão quando houver comprador.

Publique-se. Essa não é uma alternativa fácil. Exige recursos. Editoras pequenas fazem esse trabalho, com poucas tiragens, 200 a 1000. Até um pouquinho mais, depende da sua grana, é claro! Cuidado, entregue livro finalizado. Aí, corra até seus leitores.

As editoras pequenas, com públicos específicos, de nicho, procuram novos autores, envie seu original. Procure a que se enquadro no seu texto, ok?

As grandes editoras? Se você for do meio literário, jornalista, artista já conhecido, professor universitário, personalidade política, celebridade instantânea ou se algo inusitado lhe aconteceu e foi amplamente noticiado, talvez publiquem seu livro. Do contrário...

Participe dos meios literários. Vá a encontros. Participe de leituras e saraus. Mantenha contato com quem escreve. Nem sempre é fácil. Conviverá com quem escreve, podendo aprender muito também, criando amizades com quem torcerá muito por seus textos publicados.



Se depois de fazer tudo isso o reconhecimento literário não vier? Veja o que aconteceu ao mestre Philip K. Dick.


Philip K. Dick


Philip K. Dick escritor de ficção científica norte-americano. Nasceu em 16 de dezembro de 1928. Faleceu em 2 de Março de 1982 com 53 anos e 77 dias de idade. Nascido em Chicago, radicado na Califórnia, diferenciava-se pelo teor da sua obra. Um legado que incluem 44 livros e 121 contos, alguns em quinze dias, durante os baratos das anfetaminas.

Adaptadas ao cinema, suas obras tornaram-se cult-movies.



Um grande escritor de sucesso? Talvez... Mas veja a lista de suas estórias que foram adaptadas para a telona.



Filmes como Gattaca (Matt Damon), Pi (Darren Aronofsky) e Matrix (Kanu Reeves) abordam conceitos já imaginados do autor. Apenas Impostor (Gary Sinise), arrisca-se a bancar uma adaptação direta.

Experiências reais de Dick, como o divórcio dos pais e ausência paterna, morte prematura das suas irmãs gêmeas, casamentos desfeitos e abuso de drogas, construiram uma personalidade pessimista. O futuro sempre seria pior do que o tempo presente. A Los Angeles de Blade Runner,  O Caçador de Andróides (Blade runner, de Ridley Scott, 1982), fria, suja, escura e superpopulosa, era fiel ao pensamento do autor. Nos livros, fica evidente o descrédito no governo, nas autoridades.

Outras adaptações,  Minority Report: A Nova Lei (Tom Cruise); O Vingador do Futuro (Arnold Schwarzenegger); Screamers: Assassinos Cibernéticos (Peter Weller); O Pagamento  (Ben Affleck); O Vidente (Nicolas Cage), O Homem Duplo (Keanu Reeves); Os Agentes do Destino (Matt Damon), e muitos outros (Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, O Show de Trumam, Clube da Luta, Donnie Darko e A Origem), são baseados em novelas ou contos de Dick.


Um sucesso indiscutível certo? Não mesmo. Veja sua árdua jornada como escritor.


Matriculou-se na Universidade da Califórnia, onde estudou Filosofia e Alemão, abandonando o curso para trabalhar como disc-jockey numa emissora de rádio, mantendo, ao mesmo tempo, uma loja discográfica.

Começou a escrever nesta época, publicando o seu primeiro conto de ficção científica na revista Planet Stories. Chegou a terminar alguns romances de índole autobiográfica, mas não conseguiu encontrar quem os editasse. Decidiu portanto dedicar-se inteiramente à ficção científica, convicto de que este gênero poderia melhor abarcar as suas especulações filosóficas.

Em 1951, o autor finalmente publicou seu primeiro conto de forma independente. A partir de 1955, buscou seu lugar no mercado literário americano ao publicar seu primeiro livro, “Solar Lottery”, o ponto inicial para as várias histórias de ficção cientifica que escreveu entre as décadas de 50 e 60.

Em 1962 veio o reconhecimento com prêmio Hugo (o maior prêmio para escritores de ficção científica ao lado do prêmio Nebula) com o livro Homem no Castelo Alto, o romance recriava um mundo em que a Alemanha e o Japão haviam vencido a Segunda Guerra Mundial (Leia e veja Fatherland, romance policial de autoria do jornalista e escritor britânico Robert Harris, publicado em 1992, filmado pela HBO, que no Brasil ganhou o nome de Nação do Medo, com Rutger Hauer).  A conquista, no entanto, não prestigiou seu estilo junto aos grandes nomes do mercado e o autor continuaria obrigado a publicar seus livros por pequenas editoras.


Agora sim sucesso, não é? Sem o reconhecimento com escritor, literato, era visto como autor de gênero “pulp”, descartável. Enquanto vivo, o sistema poderia enquadrá-lo como fracasso!


A consolidação veio somente depois da sua morte. Suspeito de ter sofrido de esquizofrenia, mas, capaz de imaginar coisas que hoje se tornaram reais, como a clonagem e os Big Brothers da vida.

No fim de sua atribulada vida, Philip K. Dick produziu textos autobiográficos fantasiosos, descreveu experiências com alienígenas e combates entre o Bem e o Mal, baseados em preceitos religiosos.

Sobreviveu ao tempo, superou sua geração abordando temas contundentes. Discutia ética e experiências genéticas, liberdades individuais e problemas de identidade, controle de mentes e demais interferências humanas na ordem natural das coisas. Um visionário.

Em 1976 termina o seu quinto casamento. Phillipe K. Dick tenta se suicidar mais uma vez sem sucesso. Ele só conseguiria morrer em 2 de março de 1982, por acidente: Philip Dick morreu de infarto.







terça-feira, 10 de julho de 2012

SIMPLESMENTE ESCREVA


DIFICULDADES PARA ESCREVER AQUELA ESTÓRIA FANTÁSTICA? CONHEÇA O PRINCÍPIO DO ESCREVA AGORA.



PRINCÍPIO DO ESCRVEVA AGORA

Siga um princípio simples. Escreva agora!

Se há um jeito de começar? Sim, comece agora. Terminou de ler a pergunta e a resposta que você leu no início a alguns segundos, então, comece a escrever agora. No futuro não muito distante, você será mais inteligente, culto, experiente e habilidoso. É no presente, o melhor momento, que estará pronto para escrever. Isso mesmo, escreva nesse instante.

Você já sabe mais ou menos o que seria uma boa estória e já tem em mente uma situação humana que acha interessante. É o que basta.

Comece com qualquer coisa que lhe dê ímpeto para começar. Pode ser uma imagem, fantasia,  situação, gesto, pessoa, grupos... realmente, qualquer coisa que estimule a sua imaginação. Coloque um pouco disso em palavras que alcancem. Escreva agora. Mergulhe nisso.

Eu sempre sonhei e penso constantemente em começar a escrever um texto com a estória já pronta. É claro, seria perfeito! Também já quis que fosse assim? Imagine começar num ponto perfeito da estória, do modo perfeito, com a voz perfeita para apresentar a cena desejada. Não há escolha, pois, isso não ocorrerá perfeitamente. Além do mais, a estória não sai pronta assim, “puf”, como mágica. Comece a escrever agora para que essa desejada exatidão apareça.



ESCREVA PARA DESCOBIR SUA ESTÓRIA

O mais comum, é não saber previamente, o que funciona ou não em uma estória. Principalmente se ainda não foi escrita.

Não espere que tudo esteja perfeito, comece de qualquer jeito, em qualquer ponto. Não é o ideal ou o fantasiado, a sonhada inspiração, que pensamos que os grandes escritores têm, em que o texto nasce pronto. Simplesmente comece!

É provável que o resultado não seja o melhor. Talvez chegue perto de algo razoável. Mas e daí? Você persistirá até acertar. Então, é só escrever.

Não há necessidade de esperar pela inspiração, nem de tomar coragem, nem de saber exatamente por que você está escrevendo, nem de ler bons e minuciosos livros a respeito de como escrever, nem de conhecer a sua estória, nem de compreender suas personagens, nem de ter certeza de que você está no caminho certo, nem mesmo de concluir suas pesquisas.

Por enquanto!

Mais tarde essas coisas são importantes e vai precisar delas.

A certa altura, precisará de inspiração, confiança, autoconhecimento e fé em seu projeto, além de técnicas eficazes, uma estória completa, personagens desenvolvidas, pesquisas completas e competentes.



A ESCRITA TORNA A ESTÓRIA POSSÍVEL

Cada uma dessas coisas surgem naturalmente como processo de escrita. São resultado da escrita.

Se deixar cada uma delas o imobilizar antes de escrever, garanto que daqui a um ano você ainda esperará para começar a escrever. A crença que se deve ter tudo para começar a escrever é fatal.

A maioria das boas ideias naufraga nesse engano. Inspiração, técnica, confiança, convicção e conhecimento, não tornam possíveis a escrita. É exatamente o contrário. É a escrita que torna essas coisas possíveis.

Tom Wolfe, um dos pais do new journalism, “Às vezes se as coisas não vão bem, forço-me a escrever uma página em meia hora. E percebo que isso é possível. Descubro que aquilo que escrevo quando me obrigo a fazê-lo costuma ser tão bom quanto o que escrevo quando me sinto inspirado. Trata-se de simplesmente  de se esforçar para escrever. Há um ensaio maravilhoso que Sinclair Lewis escreveu a respeito de como escrever. Disse ele que a maioria dos escritores não entende que os processo realmente começa quando começam a escrever.”

Escreva agora!